Onde se situa?

"Vila Chã é uma freguesia costeira do Concelho de Vila do Conde, inserida na Área Metropolitana do Porto, na zona costeira Noroeste de Portugal. Dista cerca de 6 km da sede do Concelho, 10 km do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, 17 km do Porto de Mar da Póvoa de Varzim e 21 km da cidade do Porto. Tem como freguesias confrontantes: Mindelo pelo norte, Modivas pelo nascente, e Labruge pelo sul e o Oceano Atlântico pelo poente.

Acessos pela EN13 ou A28, ou pela linha B do Metro do Porto."
Extraído de:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vila_Ch%C3%A3_(Vila_do_Conde)#Localiza.C3.A7.C3.A3o

sábado, 31 de julho de 2010

Um acto de Heroísmo

Os homens do mar são conhecidos ao longo da História pelos seus actos de coragem e bravura e os nossos homens não fogem à regra.
Quando, em Maio de 1941, um avião inglês cai na praia de Guilhade, Manuel da Silva Oliveira, Manuel Carneiro, Cândido Augusto, Emílio Alves Neto, Carlos Ribeiro dos Santos e José Maria Silva, lançaram-se ao mar para resgatar os militares ingleses. Este avião teria 6 ou sete tripulantes, sendo que quatro foram salvos.
(Para saber mais ler o livro "Vila Chã e as suas Origens").
Que tipo de avião era este?
"O Avro Lancaster foi o melhor e o mais famoso bombardeiro quadrimotor britânico da II Guerra Mundial. Nasceu em 1941 como espólio do fracassado bombardeiro bimotor Avro Manchester.
Seu baptismo de fogo ocorreu em 2 de Março de 1942 e, até ao fim da guerra, cobriu-se de glórias. Os 7.366 exemplares produzidos realizaram 156.000 missões, lançando 608.612 toneladas de bombas (entre as quais algumas "Grand Slam" de 10.000 kg). Entre as suas muitas acções de repercussão, estão o ataque à represa de Moehne e Eder, em 17 de Maio de 1943, e o afundamento do Tirpitz, em 12 de Novembro de 1944.
Em 1945, mais de 1.000 Lancaster ainda se encontravam em serviço ativo na RAF, em 56 esquadrões."
Extraído de:




O filme está em inglês (sem tradução)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

TAINHA


"Tainha (a grafia "taínha" é errada, embora frequente) é a designação vulgar de vários peixes da família dos mugilídeos. A maior parte das espécies pertence ao género MugilL, mas a designação estende-se a outros géneros (e mesmo a algumas espécies da ordem dos PerciformesS). Distribuem-se por todo o mundo, ocupando águas costeiras temperadas ou tropicais, existindo algumas espécies que vivem também em água doce. É um peixe largamente utilizado na alimentação humana: por exemplo, desde o Império Romano (...). A família dos Mugilidae inclui cerca de 80 espécies divididas por 17 géneros. Muitas das espécies são ainda conhecidas pelos nomes de muge, mugem, fataça, etc."

Maragota

Este é mais um peixe delicioso que, em Vila Chã, lhe pode chegar à mesa. A maragota (Labrus bergylta) é unm peixe de mar da familia que vive em águas costeiras (até uns 50 m de profundidade). Este peixe pode ser encontrado no Mediterrâneo ocidental, no Oceano Atlântico e, no norte, até à zona oeste do Mar Báltico.
Alimentam-se principalmente de pequenos moluscos (sobretudo de mexilhões) que vão triturando entre as suas mandíbulas.
A Marogota é da família do Sarrão, sendo muitas vezes confundida com este.
Quando nasce, a maragota é sempre fémea: mudará ou não de sexo entre os 5 e os 14 anos.

Faneca: quem não gosta?




Este peixe é mais uma das preciosidades que podemos encontrar nos pratos dos vilaplanenses.

"A faneca espécie "Trisopterus luscus" muito vulgar no litoral costeiro de toda a nossa plataforma continental. A faneca aproxima-se mais da costa durante os meses de Outono e Inverno, quando atingiu já a maturidade. No seu estado juvenil prefere os estuários para nidificar. Este peixe varia consideravelmente de tamanho, sendo o seu comprimento médio cerca de 25 cm.
A faneca nada geralmente em grandes cardumes nas águas frias das profundidades da nossa plataforma continental. De natureza muito gregária é no cardume que ela encontra meios de defesa contra possíveis predadores.
(...)
A faneca é essencialmente um peixe carnívoro. Carnívoro quando atinge a maturidade e desta forma se encontra adaptado a perseguir pequenos peixes bem como manchas planctónicas de crustáceos e alevins. No entanto, durante o seu estado juvenil, pode adquirir outros hábitos alimentares como são as algas e os vegetais em geral. Tudo indica, olhando os pequenos mas afiados dentes que ostenta nas suas maxilas, que na sua forma definitiva leve uma vida de depredador, alimentando-se desde as formas animais já descritas até a uma gama muito extensa de pequenos invertebrados. Ao alimentar-se junto aos fundos, a faneca tem por hábito soprar contra estes pequenos jactos de água, criando desta forma nuvenzinhas de areão, o qual ela ingere conjuntamente com possíveis seres que ela contenha." *

Dizem que o que vem à rede é peixe...



Nem sempre...
porém à linha dos pescadores de Vila Chã vem muitas vezes o meu peixe favorito. Falo-vos do Sarrão, também conhecido noutros sítios por bodião.

"Estes peixes encontram-se normalmente em fundos rochosos com algas. A principal qualidade deste peixe é a sua combatividade, por vezes pensamos que ferramos um grande peixe quando na realidade trata-se de um Sarrão de 10 cm. Os iscos mais utilizados para a captura destes peixes são os camarões, amêijoa, serrada, minhoca coreana e casulo."(1)

"Muito activos durante o dia, altura em procuram alimento. As suas cores são em tonalidades de castanho e verde." (2)

Existem vários tipos de sarrões/bodiões, consulte (1)aqui e também aqui.

Parque escolar de Vila Chã


Faltam aqui as fotos da escola da praia que, no momento não temos.

Para ver mais fotos sobre Vila Chã, clique aqui.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Redes de pesca


"Redes de pesca são aparelhos para pescar flexíveis,[1] construídos principalmente com panos de rede, geralmente de fibras relativamente delgadas e com malhas de tamanho menor que a menor dimensão dos peixes ou mariscos que se pretendem capturar com elas.
Existem três tipos básicos de redes de pesca:
As redes de arrasto;
As redes de emalhar;
As redes de cerco."

Leia mais aqui

Côvos

"Iscar os Côvos em Vila Chã"


"Em Portugal existe uma pesca tradicional para cefalópodes (principalmente polvo) com alcatruzes (que são recipientes de barro, normalmente presos em número variável a linhas suspensas na água) ou "covos" que são gaiolas fabricadas de arame ou fibras vegetais. Os "covos" são bastante utilizados na costa norte portuguesa (Matosinhos, Labruge, Vila Chã, Mindelo, Vila do Conde e outras). Estas artes de pesca, como se designam os instrumentos utilizados directamente na captura de peixe e outros animais aquáticos, pertencem ao grupo das chamadas artes passivas, uma vez que é o próprio animal que as procura, normalmente como refúgio, ficando nelas aprisionado."



Leia mais aqui

Os nossos homens e a pesca do bacalhau


Navio Bacalhoeiro S. Gabriel





Fotos enviadas por email por Maria Gonçalves

Os utensílios para a apanha do sargaço



Sargaceiras de Vila Chã
(Foto enviada por Maria Gonçalves)




Em Vila Chã, julgo ter sempre ouvido chamar ao Galhapão, ganha-pão que é uma derivação popular deste termo
Legenda: Sargaceira de Vila Chã com o galricho



(Foto enviado por Maria Gonçalves)





.






Usava-se também o galricho (maior que o ganha-pão) e as gancholas (espécie de ancinhos de forte estrutura, que se podem ver na imagem.).






Apanha do Sargaço


"(...) algas marinhas, as quais se desprendem sempre que o mar está revolto ou em período de marés vivas, predominantemente nos equinócios. (...) Contudo, a "mareada" é mais abundante após um período de maresia, porque o mar arroja à costa as algas que se desprenderam. É, assim, mais fácil ao sargaceiro a sua recolha e o seu transporte para o local onde fica a secar durante dois a três dias. Mas a apanha do sargaço é, habitualmente, faina difícil e perigosa, dado que é necessário enfrentar as ondas do mar, por vezes muito encapeladas. Por isso cabe aos homens aquela tarefa, e às mulheres o transporte para as "camas" de secagem.
Depois de seco o sargaço é "empadelado", isto é, enrolado e posto em pequenos montes - "padelos" - e transportado, então, para as cabanas, onde fica empilhado, formando "serras", até sua utilização nas culturas agrícolas.
Dado o reconhecido valor como fertilizante natural, e a convicção cada vez maior dos perigos para a saúde pública inerentes ao uso excessivo de adubos químicos, a procura do sargaço tem aumentado consideravelmente nos últimos tempos."

Para ler mais, clique aqui.
Em Vila Chã, contudo, a situação era um pouco diferente desta que o texto supracitado refere. Segundo o autor do livro: "Vila Chã e suas origens" este trabalho "árduo e penoso" era feito pelas nossas corajosas mulheres, os homens só interferiam quando era preciso "arrancar o sargaço fora do alcance das mulheres" (p.67) utilizando então os seus barcos.

A apanha do Sargaço





O Sargaço:elemento importante para a nossa comunidade desde tempos longínquos.
Este vídeo embora não directamente relacionado com Vila Chã, explica a sua utilização na agricultura de forma simples e acessível.

Anos de pesquisa de um filho da terra agora em livro

As nossas felicitações ao Comemdador António de Azevedo Dias.


terça-feira, 27 de julho de 2010

Vila Chã citado na "Rotas & Destinos" (Junho 2007)

"Isto é Vila Chã, que mania vocês têm de chegar aqui e perguntar se estão em Mindelo. Eles só têm uma praia, nós temos quatro. Têm é mais turismo, mas nós temos tradição. Vila Chã é Vila Chã”. As palavras, firmes, saíram-lhe da alma a uma velocidade alucinante, quase não nos deixando tempo para nos defendermos do erro que havíamos cometido. Mas não as julguem como antipatia. São apenas inofensivos suspiros de raiva de um pescador a defender a suas águas. Ao lado, encostados a um dos muitos pequenos barcos que descansam à beira-mar, a mulher e o filho cosem as redes às quais se agarrará o sustento. Ainda no mesmo fôlego apresentou um pedido de desculpas, penitenciando-se pela veemência da argumentação: “Agora têm que beber um copo connosco”. Foi pouco mais do que isto a nossa passagem por Vila Chã, uma freguesia situada no concelho de Vila do Conde, a menos de duas dezenas de quilómetros do Porto. "



Texto de: João Ferreira Oliveira

Mulheres de Vila Chã (2)


"No contexto de Vila Chã, no concelho de Vila do Conde, as mulheres identificam-se pelo seu trabalho produtivo e habilidade na gestão dos recursos familiares. Mesmo as mães solteiras eram avaliadas sobretudo pelas suas capacidades no trabalho - carácter laborioso e frugalidade - e menos em termos da sua sexualidade ou do seu estado civil. Numa sociedade que foi mudando, as mulheres das casas marítimas continuam a trabalhar na pesca, mas não vão já ao mar: «ajudam os maridos» na praia. As mulheres marítimas são menos autónomas agora e as suas filhas são mão-de-obra desqualificada e mal paga, sem poder de decisão sobre o seu tempo ou as suas condições de trabalho e sem a autonomia das mulheres das gerações anteriores. Existe em Vila Chã um novo entendimento do significado e do processo de representação do masculino e do feminino, quer como processos de construção de ideias relativamente aos papéis a desempenhar por cada sexo, quer na manipulação desses ideais."

Extraído de:

Mulheres de Vila Chã (1)


"Na comunidade de Vila Chã (Vila do Conde) até meados do séc. XX as mulheres organizavam-se como armadoras e eram elas próprias a companha3,pescando o pilado (pequeno caranguejo) e a sardinha, andando ao mar tal como os homens, sem serem viúvas4. Era uma comunidade de fortes tradições da apanha do pilado e do sargaço (algasdo mar), com redes e a bordo de embarcações depequena dimensão, conhecidos como miranços5.
Aponta-se como razão para a substituição dos papéis masculinos por mulheres, a forte emigração para o Brasil que despovoou de homens aptos a comunidade local e a procura de fertilizantes marinhos por parte de lavradores abastados e que pagavam em dinheiro vivo 6, oriundos de terras do interior do país. Depressa as mulheres substituíram os homens ausentes garantindo o sustento da família, exercendo a pesca de manhã cedo e continuando no resto do dia como lavradeiras, amanhando a terra para as hortaliças (couves, nabos,cebola e alho) e as batatas."


Continue a ler aqui

Significados:
3.- Companha: tripulação de embarcação com função de pescadores. Neste caso cada companha tinha entre 3 a 6 mulheres, as embarcações
eram pequenas, à vela e a remo e funcionavam como uma unidade empresarial familiar.
4.- Caso único em Portugal.
5.- Miranço: pequena embarcação tradicional, de roda de proa e popa, cadaste e casco liso, hoje extinta.
6.- Dinheiro vivo: pagavam em moedas e não em género (com ovos, leite, azeite, sistema de trocas).
In:
"MULHERES DO MAR PORTUGUÊS"
de
IVONE BAPTISTA MAGALHÃES
JOÃO PAULO BAPTISTA1